Ambos são livros: capa, contracapa, lombada,
miolo; porém, as semelhanças não se estendem muito para além disto. Aliás, é no
miolo que reside a essência da sua diferença. São objetos da mesma natureza,
mas com conteúdos e objetivos distintos[i].
O romance tem como objetivo – idealmente –
deleitar o leitor ao puxá-lo para dentro de uma história, uma viagem, que, se
for de qualidade, não fá-lo-á querer saltar fora antes do tempo. É um convite
para ir à aventura que começa na primeira página e termina, se tudo correr
convencionalmente bem, na última.
A Enciclopédia Britânica não nos promete uma
viagem, no entanto, se soubermos o que procuramos, iremos folheá-la com um
propósito claro, por outras palavras, um destino em mente. A Enciclopédia
promete respostas às nossas perguntas preexistentes, em oposição ao romance que
desperta perguntas que não nos tinham ocorrido antes, podendo ou não vir a
satisfazê-las mais tarde no decorrer da leitura.
[i] É importante referir que, na atualidade, a Enciclopédia Britânica não é
apenas um conjunto de volumes pesados e robustos. Esta modernizou-se e passou a
estar disponível na leveza virtual da internet. Também os romances podem ser
adquiridos por meios não físicos (i.e., Kindle, e-books), facilitando assim a
sua aquisição, consulta e transporte.
Margarida Bastos
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