Brindemos!
Vodca seguida de café. Todas as manhãs
Penduro o sinal na porta:
SAÍ PARA ALMOÇAR
Mas ninguém presta atenção; os meus amigos
olham para o sinal e
às vezes deixam papelinhos,
ou então chamam-me – Sai daí e vem jogar,
Ray - mond.
Uma vez, o meu filho, aquele descarado,
entrou sorrateiramente e deixou-me um ovo colorido
e uma bengala.
Acho que bebeu um pouco da minha vodca.
E na semana passada a minha mulher passou por cá
com uma lata de sopa de carne
e uma caixa de lágrimas.
Ela também bebeu da minha vodca, penso eu,
depois partiu apressadamente num carro estranho
com um homem que eu nunca tinha visto.
Eles não compreendem; estou bem,
bem onde estou, um dia destes
deverei estar, deverei estar, deverei estar…
Pretendo demorar todo o tempo do mundo,
considerar tudo, até milagres,
mas permanecer alerta, cada vez
mais cuidadoso, mais atento,
com aqueles que pecariam contra mim,
com aqueles que roubariam vodca,
com aqueles que me fariam mal.
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