quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Não, não pode, um ponto é tudo! (o texto, com gralha, original de Ferreira Fernandes)

 Vítor Bento, economista e membro do Conselho de Estado (nomeado por Cavaco Silva), disse à Renascença: "Se ninguém quiser casar com ninguém, o partido mais votado terá oportunidade de formar Governo minoritário. Há muita gente que para aí diz que o Presidente se deve recusar a dar posse a um Governo minoritário. Obviamente que isso não faz sentido nenhum." Fim de citação. Há uma norma fundamental, não escrita mas que é aceite pelos líderes partidários, que é a de não bitaitar sobre cenários a vir. Não é nenhuma lei moral, é só conselho prudente: não se deve comprometer o futuro com frases de arrepender. Como Vítor Bento não é líder de partido, não está obrigado à norma. Mas, como é conselheiro de Estado, está obrigado a perceber a lógica da coisa. Isto é, não pode aceitar falar sobre hipóteses catastróficas. Pode haver um Governo minoritário? Pois pode. Como pode, em hipótese absurda, o Presidente ficar tão irresponsável para, sei lá, incitar para que haja um Governo sozinho, do partido mais votado, apesar de minoritário. E, no entanto, um conselheiro, sobretudo economista, não pode epilogar sobre essas alternativas parvas. Se lhe perguntarem sobre um governo minoritário, um conselheiro só pode responder: "Quem ganhar, quem quer que seja, tem a obrigação de propor um Governo alargado e quem perder tem a obrigação de discutir a hipótese de participar nele." Isto, claro, no cenário de se tratar de um bom conselheiro. 

https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/ferreira-fernandes/nao-nao-pode-um-ponto-e-tudo-1850057.html

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  A Greta . Ainda não fui lá, embora nem seja longe de onde moro.